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8 áreas e cargos que não existiam há pouco tempo na propaganda.

Por: PropMark / Renato Rogenski
8 áreas e cargos que não existiam há pouco tempo na propaganda.

Evolução da tecnologia, consumidor e mercado demandam novos atributos dentro das agências.

Em artigos, palestras e reportagens é comum presenciar jornalistas, colunistas e influenciadores do mercado arriscarem algum exercício de “futurologia”. A ideia, óbvio, é tentar antecipar tendências e se preparar para o dinamismo de um novo tempo. Pouca gente, entretanto, costuma olhar para trás e fazer o curioso processo contrário ao se questionar: o que mudou nos últimos tempos? Para atender as mais urgentes demandas, as mídias, agências e profissionais se transformam de maneira radical nas últimas décadas. A seguir, algumas, áreas e cargos que surgiram a partir da necessidade de reinventar a maneira como se faz comunicação.

Laboratório de inovação e prototipação
Na Artplan, o departamento de desenvolvimento existe há sete anos e de lá para cá tem transformado as suas funções. Se antes trabalhava apenas com a criação de softwares, nos últimos dois anos absorveu também a manufatura de protótipos por meio de eletrônica e impressão 3D. “Aqui na Artplan, nós temos o Art Lab. É um time voltado a prototipar ideias que nasceram ou não na Criação. A gente consegue testar e viabilizar as ideias com mais agilidade. Dá para errar mais rápido e achar soluções. O Art Lab tem uma premissa de proatividade, ele observa as conversas e antecipa as demandas, como por exemplo, uma xícara que conversa com a outra à distância, por wi fi, totalmente desenvolvida internamente”, comenta Zico Farina, diretor geral de criação da Artplan São Paulo.

Real time content
A fri.to criou recentemente este novo departamento para o trabalho com as redes sociais de seus clientes. Ligada à criação, a área conta atualmente com quatro profissionais que não são redatores, diretores de arte, RTV e nem community manager, mas sim “storiadores”. Segundo a agência, a função principal é produzir conteúdo muito mais engajador e instantâneo, através de smartphones de última geração para o Stories do Instagram. O time é formado por talentos que monitoram memes, gifs e é capaz de responder com velocidade a tudo que acontece no ambiente digital. “Somos pioneiros e corajosos em assumir que este cargo demanda um perfil de profissional completamente diferente dos cargos clássicos da publicidade, trazendo agilidade e inovação aos nossos clientes”, afirma Erich Lago, diretor de operações da fri.to.

Business Intelligence

Com o enorme crescimento da demanda por informações, a área de BI passou a ser essencial para apoiar a coleta de dados das agências. “Hoje, o diferencial das empresas está em como usar as informações com rapidez e assertividade para prever e antecipar ações que possam mudar seus resultados. Esse cenário se mostra com tamanha importância que temos hoje antigas profissões repensadas para agregar valor, como a de estatística, aplicando métodos e modelos complexos para extrair as melhores conclusões de uma quantidade grande de dados e novas profissões, como por exemplo, cientistas de dados. O papel atual do profissional de BI é ser a base das decisões estratégicas, fornecendo insights e participando ativamente nas discussões nos clientes”, explica Haroldo Gobbo, Head de BI da Cheil Brasil.

Na W3haus, o BI está misturado com outras áreas não menos estratégicas. “A ideia de unificar as áreas de Inteligência de Negócios, Experiência dos Usuários e Insights & Planejamento é ter os dados como espinha dorsal de qualquer estratégia da agência. O que significa isso na prática? Conectar as necessidades de negócio com as necessidades dos usuários. É isso que buscamos todos os dias em todos os projetos que somos envolvidos. É a partir desse modelo que todas as grandes marcas atuais se constroem”, afirmou Arthur Calefe, diretor de planejamento, UX e BI da W3haus.

Na Execution a área ganha o nome de Data & Digital Innovation. “A criação tem que ser online e offline. Não existe mais diferença. Tem que ser capaz de pensar a solução de comunicação, independente do meio mais adequado. A mídia tem que entender a fundo os mercados, as pessoas e a diversidade de meios para distribuir essa mensagem da forma mais adequada. O modelo acima funciona muito bem se podemos medir o resultado da mensagem que está sendo comunicada juntamente com o meio no qual a mesma foi distribuída. Mas, essa função não existe numa agência. Não é atribuição do Planejamento, não é atribuição da mídia, nem tampouco do atendimento, ou da produção. Sendo assim, para ter uma boa governança, eu criei a função do Chief Data & Digital Innovation. E contratei o Guga Carvalho, ex-CEO de uma empresa de mídia programática”, explica Geraldo da Rocha de Azevedo, CEO da agência Execution.

Social CRM e Listening
As redes sociais criaram um fenômeno nunca antes experimentado pelo mercado, que é o diálogo. Em qualquer comunicação a réplica acontece - em real time - onde consumidor externa sua opinião e visão sobre a marca. Ao levar sua comunicação para as redes sociais grandes empresas acabaram passando por reações negativas devido a problemas de negócio (logística, after market, garantia, recall), com isso nasceu o chamado SAC 2.0, que nada mais é do que uma área de atendimento para problemas evidenciados dentro de canais digitais. “Muitas empresas ainda atuam com o SAC 2.0, contudo na Bold, vimos esse momento como oportunidade para aproximar a marca do consumidor, por isso o nome Social CRM. É uma área focada na experiência one-to-one com o consumidor através das redes sociais, buscando sempre um viés criativo para gerar desde empatia até oportunidade de venda com um consumidor. Dessa forma conseguimos crescer consideravelmente o poder de engajamento das marcas, ajudando-as até a mudar a percepção de produtos e serviços, por isso é uma área fundamental para nossos clientes e que veio pra ficar em nossa operação”, exemplifica Marcelo Namura, media e BI director da BOLD.  

Na Lew’Lara\TBWA existe a figura de gerente de mídias sociais e conteúdo, um profissional que mescla estratégia e criação. É ele que vai planejar, executar e coordenar todo conteúdo produzido para uma marca ou produto. “Cada vez mais as marcas usam o conteúdo para se inserir de forma natural e menos invasiva na vida dos seus consumidores. O conteúdo extrapola as redes sociais e canais digitais, sendo uma experiência de marca, seja nos meios tradicionais, em serviços on demand e/ ou plataformas próprias. Produzir conteúdo é promover histórias relevantes, entretenimento e informação endossado por uma marca, que faz parte da vida das pessoas”, explica Renata Serafim, CSO da Lew Lara.

Confira alguns cargos que surgiram com essas novas demandas:
 
Community Manager
O CM é quem gerencia, planeja e acompanha as execuções e os resultados do trabalho em mídias sociais. Seu foco é criar conteúdo que faça sentido para a marca e para as pessoas, além de gerar conversas e estreitar o vínculo com os consumidores. Ele analisa a marca e suas concorrentes, acompanha social listening e resultados no dia a dia. Também constrói a brand persona e a brand voice da marca e cria conteúdos, além de fazer interações nas redes.

Head de BI/Big Data
Tem o papel de garantir que tudo o que sai da agência seja verdadeiro, tenha as recomendações e as análises que movem o ponteiro de negócio. Ele garante que todas as decisões, internas e externas, estejam embasadas em dados. Também direciona as entregas da agência através de indicadores, sugerindo otimizações no dia a dia. Além disso, existe um papel importante de estar próximo dos clientes, discutindo sobre negócio e trazendo dados que ajudem na tomada de decisão, provocando melhores entregas e briefings mais objetivos, sempre conectados ao negócio.

Head de UX
User Experience Design é a área responsável por levantar as necessidades do usuário para direcionar o desenvolvimento de projetos. A partir delas, existe a evolução com melhorias ou até mesmo criação de novos serviços e produtos mais eficazes e eficientes. Hoje os usuários necessitam de produtos e serviços fáceis e úteis que deixem suas vidas mais simples.

Designer de Interface
Atua com a criação de interfaces gráficas para aplicativos móveis e desktop. Realiza testes e concepção de produtos junto ao setor de Front-End. Ajuda na definição de problemas e oportunidades. Cria wireframes, protótipos e guidelines dos produtos.